Escolas indígenas
Um breve histórico de escolas das aldeias dos alunos da turma E Sociedade do Departamento de Educação Intercultural.
Os alunos são dos povos Arara Karo, Gavião Ikoolenj, Makurap, Paiter Surui, Oro Nao, Karitiana, Urueuwauwau, Oro waram Xijein, Cao Orowaje.
Contam suas historias e mostram nas fotos como é a sua escola!
Atualmente nas aldeias as escolas tem professores indígenas, onde temos a valorização da interculturalidade, das línguas maternas, e da cultura de cada povo. Na escola indígena temos a oportunidade de aprender os conhecimentos ancestrais por meio da participação dos sabedores nas aulas. Mas nem sempre foi assim! A escola diferenciada é uma conquista dos povos indígenas através de muitas lutas.
As construções que abrigam as escolas também apresentam diferentes historias de reivindicações pelas comunidades indígenas, e as dificuldades por que passaram e passam ainda hoje.
Vamos conhecer um pouco destas historias!
Terra indígena Laje /Aldeia Laje Novo
Escola Tenente Lira
Textos e fotos de Arnaldo Oro Waram Xijein
Primeira escola construída pela FUNAI, nos ano 80 e reformada pela SEDUC, que funciona do 1º ao 5º ano do ensino fundamental I.(Foto Arnaldo Oro Waram Xijein, escola Tenente Lira)
Segunda escola construída pelo MEC, no ano 2000 a 2001, que atualmente atende os estudantes do 6º ao 9º do ensino fundamental II, reformada com a compensação da usina de Jirau.(Foto Arnaldo Oro Waram Xijein, escola Tenente Lira)
O nome Escola E.E.F.Tenente Lira, refere se a um sertanista ajudante que fazia parte da comitiva de Rondon, na construção da linha telegráfica.
A Escola Estadual de Ensino Fundamental Tenente Lira, foi criada pelo decreto nº1358, de 25 de Julho de 1983.
A iniciativa da instalação de uma escola na comunidade indígena surgiu quando os moradores da aldeia passaram a ter contato com os missionários que circulavam na região. Eles criaram uma escola para a população indígena alfabetizar na sua própria língua. Os missionários produziam cartilhas escritas na Língua Materna. Em 1983 a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), criou a escola para a aldeia Laje Novo que funciona até hoje para atender a clientela estudantil.(PPP Tenente Lira)
Segundo a fonte de pesquisa os anciãos, construíram uma casa de palha na aldeia onde os missionários alfabetizavam os indígenas na língua materna e língua portuguesa, em 1983 a FUNAI fez uma construção de uma escola com duas salas e um alojamento para o professor.
Lembro que quando frequentei a escola Tenete Lira, estava com um prédio construido pela FUNAI e ampliada com mais uma sala, no total de três salas e um quarto que se transformou na cozinha atual.
Nos anos 80, quando a educação escolar indígena estava subordinada a FUNAI, os docentes todos eram não indígenas até o ano 1999. No ano 2000, quando o governo do estado começou a gerenciar a educação escolar indígena, criando uma coordenação com equipes específicas para atender a demanda escolar dos povos indígenas dentro da secretaria do estado, pouco se viu mudança referente as escolas indígenas. A escola que foi construída pela FUNAI, a SEDUC fez uma reforma pensando em colocar o ensino médio Tecnológico dentro da comunidade, a comunidade aceitou a reforma e não aceitaram a Mediação Tecnológico que iniciaria em 2018, sabendo que os alunos estariam na sala com um professor falando pela televisão, e assim foi reformada a escola mais antiga da nossa comunidade. Atualmente a escola funciona do 1° ao 5° ano do ensino fundamental I, pela parte da manhã e atarde com professores indígenas da mesma comunidade.No ano 2000 a 2001, uma outra escola foi construída pelo MEC, com uma estrutura física de alvenaria com duas salas de aula, uma biblioteca, uma cozinha, dois banheiros e um alojamento com dois quartos e dois banheiros. Atualmente esta escola atende os alunos do 6° ao 9° ano do ensino fundamental II, o alojamento foi construído pensando em professores não indígenas que trabalhavam pela comunidade, atualmente até o ano de 2016, quem ministrava as disciplinas eram os não indígenas, depois do concurso feito pelo governo do estado, são os professores indígenas que ministram as aulas atualmente. Em 2016 a 2017, esta escola foi reformada e ampliada pela compensação da USINA de JIRAU, com ampliação de mais três salas de aula totalizando cinco salas de aula nesta escola.
Terra indígena Rio Guapore
Aldeia Ricardo Franco
Escola 05 de julho
Textos e fotos de Denise Makurap
Nome da escola
O primeiro nome da escola era Emergência 05 de julho. Na minha coleta de informação segundo informante ela levou este nome em homenagem a um caminhoneiro que na época trabalhava na aldeia tirando dormente para levar para Guajara da estrada de ferro Madeira Mamore, a informação foi que ele veio do mato com caminhão muito cheio e perdeu o freio e caiu com ele dentro do rio, ninguém conseguiu salvar então em homenagem colocaram emergência 05 julho exatamente porque o fato aconteceu no dia 05 julho.
Atualmente nossa escola chama se só 05 de julho não sei porque tiraram emergência.
Historia
Segundo me contaram nossa escola surgiu em 1978, no espaço que era de uma igreja que foi usada como sala de aula. De acordo com informação que tive o primeiro professor a ministrar aula foi um indígena chamado Fernando Canoe, não sei quanto tempo ele atuou, em sala de aula, se foi um ano ou mais, porque logo após veio uma professora não indígena chamada Alice Abiorana esposa do chefe do posto indígena, assim como chamavam os indígenas na época. Ela trabalhou ate inicio de 1979. para dar continuidade ao trabalho no espaço que era cercado de barro e as cadeiras todas de madeira veio a segundo professor não índio, Pelegrino, nome dele, quando esta sala começou a cair ocuparam a casa de um dos moradores da comunidade que tinha espaço maior, que foi ocupada por três meses.
Então no ano de 1980 iniciou a construção do prédio oficial da escola que foi construida pela Funai que terminou no ano de 1981. mas depois teve a construção de mais 4 salas estas então foram construidas pelo governo do estado gestão Seduc.
Terra indígena Igarape Lourdes
Aldeia Ikoolenj
Escola Zavidjaj Xikov Pipohv
Textos e fotos Matilde Gavião
O nome Zavidjaj Xikov Pipohv é uma homenagem ao primeiro grande chefe dos gavião Ikoloenhj , meu avo materno. Depois dele veio o cacique Catarino Sebirop. O chefe Xikov Pipohv repassou este cargo para seu primeiro genro.
A educação escolar indígena começou na região Ikoloehj depois que tiraram os invasores dessa localidade, assim que surgiu a escola Zavidjaj Xikov Pipohv. Nesta região se mudaram varias famílias para ocupar esta área invadida pelos brancos com isso precisou de uma escola com uma professora não indígena funcionaria da Funai.
Texto Françua Gavião
A escola começou quando morávamos na aldeia Igarapé Lourdes é as aulas eram dados por professores que a Funai levou , depois houve a necessidade de ter professores indígenas também, quando mudamos para aldeia Ikoloehj as lideranças decidiram criar uma escola dentro da aldeia para atender uma demanda maior de alunos. Então criaram a atual escola, que trabalha com os conhecimento do meu povo e também dos não índios.
Terra indígena Karitiana
Aldeia Byyjytj osop akoj
Escola Kity pypjdnipa
Textos e fotos de Milane Karitiana
O nome da escola
Porque esse nome significa a importância do ensinamento dentro da educação por isso o cacique e tanto a comunidade escolheram esse nome Kity pypydnipa.
Terra indígena Urueuwauwau
Aldeia Linha 623
Escola Aremã Uru Eu Wau Wau
Textos e fotos de Pure Urueuwauwau
ESCOLA: Aremã Uru Eu Wau Wau
O nome da escola que eu trabalho é Aremã, homenagem ao líder dessa comunidade que foi o pai da minha tia Mborea Uru Eu Wau Wau. Ao longo da construção da escola foi dado esse nome pela comunidade da aldeia.
Aproximadamente meados de 1997 a 2000 a escola era na casa de Fred Alemão, e até em 2004. Em 2005 e 2006 pessoal da SEDUC chegou na aldeia linha 623 para contratar um professor indígena, dois anos depois a SEDUC construiu juntamente com as comunidade a primeira casa de madeira como escola com o nome de Aremã Uru Eu Wau Wau. Em 2015 foi construido a escola de alvenaria que recebemos como compensação de construção de barragem no rio Madeira, e foi entregue em 2018.
Terra indígena Sagarana
Aldeia Sagarana
Escola Paulo Saldanha Sobrinho
Textos e fotos de JANAILDE CAO OROWAJE
O nome da escola é Paulo Saldanha Sobrinho na pesquisa os sabedores relataram que recebeu esse nome porque bispo da diocese de Guajará- Mirim era amigo próximo do prefeito.
A primeira escola foi construída em 1967 era casa de palha e meia parede, o primeiro professor se chamava Reinaldo depois a diocese construiu outra escola na década de 1980 que ate hoje existe. Após essa escola novamente foi construida outra que é atual, em 1998 através do projeto da diocese ela possui quatro salas, e sete professores. Hoje a escola não tem boa estrutura, em 2019 foi reformada mas a obra esta mal feita não tem condições de funcionar.
Terra indígena Rio Negro Ocaia
Aldeia Kantirop
Escola Xijan Oro Nao
Textos e fotos de Almir Oro Nao
No ano 2003, a comunidade cobrou para ter uma escola na aldeia kantirop , no caso deu certo pessoas da comunidade construiram casa de palha, cerca de tabua. Em 2004 inicia funcionamento de aula com professor no trabalho voluntario. Em 2005 foi contratado o professor Amauri Oro Nao que atuou lecionando. No ano de 2009 o governo deu materiais como telha e construiram com tijolo e tabua, e ficou ate agora.
Terra indígena Igarape Lourdes
Aldeia Iterap
Escola itarap yamoraxu
Texto e fotos Edesio Arara
A primeira escola foi criada na aldeia chama-se Itarap yamoraxu, no ano de 1993, porem nessa época a escola foi construida de palha com mao de obra da comunidade. Naquele tempo não havia professor indígena para atuar dentro da escola. Os primeiros que vieram para trabalhar com os Arara karo na alfabetização eram não indígenas, nessa época contratados pela Funai.
Com passar do tempo a seduc assumiu a educação escolar e depois abriu espaço para indígenas com o projeto Açai, para a formação professores indígenas atuar na sua própria comunidade.
Terra indígena Igarape Lourdes
Aldeia Paygap
Escola Paygap
textos e fotos Mariza Arara
Escola paygap mesmo nome da aldeia, significa buritizal
Em 1994 foi construída a escola paygap de ensino fundamental os professores que lecionava era professor não indígenas que era contratada pela Funai, a escola era feita de palha,na época tinha pouco alunos. Em 2000 início o magistério indígena ,que foi para forma professores indígenas ,que é o projeto açaí, desde daí foi que teve a contratação do professores indígenas. para outras nas escolas indígenas.
Essa contratação foi com a luta das lideranças por que os professores não indígenas não para na aldeia. Mês em mês mudava de professor, e os alunos não aprendia assim por que mudava de professor todo tempo. Hoje está sendo muito bom com os professores indígenas trabalhando com suas comunidades a escola hoje é de alvenaria a estrutura da escola mudou muito.
Terra indígena Sete de Setembro
Escola Noá Surui
Aldeia Amaral
Texto e fotos Reinaldo Surui
No ano de 1989 vieram as irmãs freiras Paula e Lurdes morar na aldeia Amaral. No ano de 1990 construiu a primeira escola com uma sala e a cozinha. Foi CIMI que tinha feito essa escola, as irmãs pediram para o Yabibi Surui a participar 1º encontro de formação de professores indígenas em Município de Cacoal no ano de 1990 e 1991. No ano de 1992 Yabibi Surui foi contrato pelo Governo de Estado, no de 1994 o professor Renato Labiway Surui foi contratado pelo município para lecionar na aldeia Amaral.
O Yabibi trabalhava com pré-escolar, e 1º serie e Renato Labiway Surui com 2º,3º e 4º serie. No final de 1994 o professor Yabibi Surui não queria mais ser professor, deu seu cargo para seu cunhado Antônio Ipukãra Surui, ele foi contratado pelo Governo de Estado no de 1995. No ano de 2000 a comunidade reivindicaram o contrato de professor não indígena e construção da escola, porque a estrutura da escola estava péssima, com goteira de chuva e sol batendo na sala de aula porque era tudo aberto. Mesmo assim, foi contratado professor não indígena Moacir Gomes pelo município que residia na linha 10. Depois foram contratados professores não indígenas Gilmar Tomas da Silva e ultimo professor não indígena foi Juliano de Oliveira. No abril de 2002 foi contratado professor Tiago Iteor Surui para atender a demanda da escola Noá Surui. No ano de 2003 foi contratado professor Heleno Surui, na escola tinha três professores indígenas, Antônio Ipukara Surui, Tiago Surui e Heleno Surui, não havia mais professores não indígenas. No ano de 2004 foi construída a escola Noá Surui com duas salas de aula e uma cozinha. No ano de 2005 a escola foi entregue pronta, no mesmo ano o professor Heleno Surui não quis mais ser professor foi substituído pelo professor Giliardi Iabaar Surui. No final do ano de 2007 o professor Giliard Iabaar Surui que não queria ser mais professor porque ele iam fazer curso de missionário em Chapada de Guimarães. O professor Benjamim Surui foi contratado no ano de 2008. A escola Noá Surui foi autorizada a atender 6ª á 9ª em 2010. No ano de 2011 foi contratado Ferrari Surui e Hgabitem Surui para atender a demanda comunidade da Escola Noá Surui. No mesmo
ano o professor Tiago Iteor Surui foi escolhido para dar aula de língua materna e identidade étnica História de 6ª á 9ª ano.